quarta-feira, 30 de abril de 2014

Algumas Noticias da Europa!!!!!

Algumas noticias da Europa


Pra quem nao me conhece, sou a Yara, mãe da Laura, 6 anos, DM1 desde os 2 anos e 9 meses. Moramos em Paris há quase 11 anos.


1- Interferência de um medicamento com a leitura de um glicosímetro especifico
Eu trabalho na Roche em Paris, na divisao medicamentos (nao é a divisao "diagnosticos", que faz a bomba e os glicosimetros).
Como o Rocephim é da Roche (o genérico se cama ceftriaxona), tive acesso à informação que a Roche enviou uma carta aos profissionais de saúde em relação à interferência que pacientes em tratamento com esse medicamento (antibiótico, tratamento de certas infecções) podem ter a leitura da glicemia subestimada com o leitor Accu-Check Mobile. Parece que esse leitor nao existe no Brasil, é um leitor quer nao usa fitas mas um tipo de fita-cassete que roda e permite a leitura de 50 glicemias, quando entao troca-se a fita cassete. A Roche recomenda usar outro leitor durante o tratamento com Rocefim.

Fica aí a informação por curiosidade, pra saber que esse tipo de coisa pode acontecer.

Não recomendo que as pessoas se alarmem com essa informação e concluam que isso pode acontecer com outros leitores e outros antibióticos. Realmente, nao é o caso no estado atual.

2- Um relato de experiência com a Omnipod, a bomba sem fio

Nessas "férias de Páscoa" (aqui tem ferias escolares de 2,5 em 2,5 meses mais ou menos) esse ano, passamos uma semana num resort na Turquia, em Belek, com uma amiga. Ela também tem uma filha DM1, de 7 anos, a franco-russa Vladys (foto 1). Essa mamãe pâncreas, Tatiana, sempre correu atrás de tudo que é avanço tecnológico e conforto, sem preocupações com custo. A máfia russa Ahahaha! Brincadeira, claro.


Foto 1 - Vladys


Há alguns meses ela comprou a Omnipod, a bomba sem fio pra Vladys.

Essa bomba não existe no Brasil, nem na França! Aqui na França o problema é interesse econômico, eles não conseguiram (ainda) obter reembolso do governo.

Mas pode-se adquirir, com receita, na Suíça ou Alemanha. O controle remoto custa mais ou menos uns 400 euros e depois o custo médio é de 300 euros por mês, com os "Pods".

O controle remoto (foto 2, ao lado de um telefone Samsumg, pra dar uma idéia do tamanho) controla os "Pods" (foto 3), que sao,na verdade são pequenas bombas-patch descartáveis. A cada 3 dias troca-se o pod, assim como trocamos o cateter, colando o pod na pele e pronto. O pod usado vai pro lixo. Detalhe: o controle remoto faz também a glicemia, e essa informaçao vai direto entao pra controlar o bolus e pra fazer os graficos. E claro, o pod é à prova d'agua (banho, mar, piscina, tudo com ele).

Foto 2 

Tem a manipulação, como pra bomba "normal" (pra não dizer "antiga geração"), de abrir, tirar o protetor do adesivo, encher o reservatório, tirar as bolhas de ar, etc. Então, cola-se o pod na pele, nas mesmas áreas de injeção. Com o controle remoto, a agulha que insere o cateter é acionada e da a picadinha pro cateter entrar na pele. Parece que a bomba faz um barulhinho avisando que vai aplicar o cateter, e que isso estressa a Vladys porque ela sabe que vai dar a picadinha, mas parece que dói muito pouco.




Fotos 3 - Pod, colocado na perna

Fora isso, tudo é idêntico. Os parâmetros da bomba são todos manipulados no controle remoto.

Nessa semana que passamos juntas, houve um descolamento de um Pod (detalhe: o cateter da Laura descolou 5 vezes também, o que é inédito...). Ela teve que trocar. E houve também um problema com um Pod que não funcionava mais. Nesse caso, parece que o fornecedor dela substitui, ela só tem que mandar uma foto com a mensagem de erro.

Ela disse que isso já aconteceu algumas vezes, mas acontece cada vez menos.

A Vladys faz também uma reação cutânea importante com a cola do adesivo. Elas usam um outro protetor entre o pod e a pele. E elas colocam também um tipo de filme plastico pra proteger o pod.

O que eu achei:
Fui morrendo de "medo" de ficar tentada por essa bomba.
Não fiquei. Achei grande. Até que aqui isso nem é tanto um problema, já que faz frio a maioria do tempo e as pessoas estão sempre com roupas mais espessas, mas achei que marca muito na roupa. A boa noticia é que já existe um modelo menor no mercado.
Paradoxalmente, achei ruim o fato que ela seja colada, não da pra tirar se necessário, até a próxima troca.
A Laura viu e gostou, até disse que queria a mesma, mas não insistiu.
Eu havia falado coma médica dela, na hipótese de eu decidir me aventurar e comprar também. Ela não foi contra, mas também não foi a favor, disse que ela mesma não conhece a técnica e que preferiria continuar com o que ela conhece.

Muito bacana, em geral, mas não me entusiasmou ao ponto de achar que o custo vale à pena.

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